Hoje vamos falar de algo que infelizmente, é deixado um pouco de lado por nós, fãs de futebol. Trata-se dos nossos goleiros reservas. Sim, eles também são importantes, apesar de na maioria das vezes serem sempre vistos no banco de reservas.
Marcelo Grohe (à esq.) e Paulo Victor. Ambos tornaram-se titulares de suas equipes apenas aos 27 anos. |
Contudo, há muitos bons goleiros no futebol que quase sempre apenas assistem aos jogos na beira do campo e não têm o seu talento aproveitado da maneira certa. Muitas vezes, até veem outro goleiro sendo contratado para suprir a vaga que o antigo titular deixou após uma transferência, mas ultimamente os treinadores andam reparando mais nesses casos e acionando esses grandes goleiros para que não haja desperdícios.
Revezamento de goleiros em times
É uma tática pouco utilizada no passado, mas que tem estado presente mais frequentemente em alguns clubes do mundo, como por exemplo no Chelsea, onde o experiente arqueiro Petr Cech dividia a posição com o jovem belga Thibaut Courtois.
Cech era titular na UEFA Champions League, enquanto Courtois assumia o gol nos jogos da liga. Porém, recentemente o rodízio não tem sido realizado por José Mourinho, o atual treinador, e Petr acaba de assumir estar de saída dos Blues na próxima janela de transferência para buscar mais espaço.
Na temporada passada, o Real Madrid quase vivenciou esse dilema. Por muito pouco não viu o seu grande ídolo Iker Casillas deixar o clube, após participar de rodízios impostos também por Mourinho (treinador da equipe antes de ir para a Inglaterra trabalhar no Chelsea), com Diego López, ex-goleiro reserva atualmente no Milan.
Percebe-se que muitas vezes, esse revezamento acaba causando insatisfação do goleiro titular que viveu e vive uma grande história no clube, tornando mais difícil a ação dos goleiros reservas, mas ultimamente, há alguns casos que acabam se tornando até uma solução para a equipe, que é a situação atual do Borussia Dortmund.
Roman Weidenfeller é um excelente goleiro, mas que está passando por altos e baixos nessa temporada e nesse segundo semestre após o revezamento de posição com o reserva Mitchell Langerak, o time vem conquistando maiores resultados.
E nas seleções?
É onde mais se encontra grandes goleiros reservas. Muitas vezes, alguns países sortudos possuem vários goleiros de qualidade e acabam causando dor de cabeça para o técnico, que tem de se virar para dar oportunidade a todos.
A seleção brasileira é um bom exemplo, pois na maioria das competições que já participou em sua história, teve a honra de contar com o serviço de grandes goleiros no mesmo time, como em 2002 na Copa do Mundo, quando Luiz Felipe Scolari, comandante da equipe na época, pode convocar Dida, Marcos e Rogério Ceni para defender o país, então sempre que o titular (Marcos) não estava disponível, Rogério ou Dida assumiam e mantinha a meta brasileira protegida sem grandes problemas.
Um caso curioso que vale destacar, foi o acontecido na última Copa do Mundo aqui no Brasil, quando Louis van Gaal, ex-treinador da seleção holandesa, substituiu o goleiro Jasper Cillessen no final da prorrogação contra a seleção da Costa Rica, dando lugar ao reserva Tim Krul, quando percebeu que o jogo se encaminharia para os penalties, gerando uma grande surpresa, inclusive para Jasper, que não reagiu bem após sair.
Cillessen sendo substituído ao final do tempo extra. |
Contudo, van Gaal sabia que Krul tinha mais vocação em defesas de penalty e resolveu ''queimar'' uma substituição para tentar ganhar o jogo. E ganhou. Com duas defesas de Tim, a Holanda fez 4-3 nas penalidades máximas e avançou à semi-final da competição.
Em geral, os times costumam disputar, no mínimo, cinquenta partidas durante o ano, então se os treinadores conhecerem bastante o seu elenco e perceberem a qualidade de seus goleiros reservas, não há porque não deixarem eles mostrarem um pouco do seu trabalho.
Texto sugerido pelo leitor Derek Acosta Nascimento.